Dependência e liberdade: uma leitura existencial da compulsão
- Antonio Chaves
- há 22 horas
- 2 min de leitura

Entre o desejo e o abismo: a dependência sob a ótica da liberdade
A dependência — seja de substâncias, pessoas ou comportamentos — é frequentemente vista como a perda da autonomia. Mas o que realmente significa perder a liberdade? E o que acontece com o desejo quando somos tomados por uma compulsão?
Essas perguntas desafiam os limites da psicologia tradicional e encontram um terreno fértil na psicologia existencial, que enxerga o ser humano como um agente livre, mas também vulnerável, em constante construção de sentido.
Quando o desejo aprisiona
Na raiz da dependência está um paradoxo: o desejo de algo que parece aliviar o sofrimento, mas que, ao mesmo tempo, restringe a vida. A liberdade, nesse contexto, se desfaz silenciosamente. A pessoa se vê dominada por um ciclo que começa como escolha e termina como prisão.
A psicologia existencial entende que, mesmo diante da compulsão, há um ponto onde a consciência pode emergir. Onde é possível se perguntar: “O que está por trás do que eu busco desesperadamente?”
O que está em jogo não é apenas a substância, mas o vazio
Segundo Viktor Frankl, fundador da logoterapia, o ser humano não está apenas em busca de prazer ou poder, mas de sentido. A dependência pode surgir quando esse sentido falta — quando o vazio existencial se instala e se tenta preenchê-lo com qualquer coisa: álcool, redes sociais, comida, sexo, compras.
Mas nenhuma dessas saídas preenche o que é estruturalmente mais profundo: o encontro consigo mesmo.
Liberdade não é fazer tudo, mas poder escolher novamente
A liberdade, ao contrário do que muitos pensam, não é a ausência de limites. É a capacidade de escolha consciente, mesmo diante da dor. E essa escolha exige coragem, autorresponsabilidade e, muitas vezes, apoio terapêutico.
A psicoterapia existencial propõe um caminho de reconciliação com o próprio desejo — um espaço para entender o que foi silenciado, o que foi reprimido e o que precisa ser transformado.
Como a terapia pode ajudar?
Cria um espaço seguro de escuta sem julgamento
Ali, o sujeito pode se reconhecer sem máscaras ou rótulos.
Ajuda a resgatar a autoria da própria história
A pessoa passa de objeto do vício para sujeito das próprias decisões.
Trabalha o luto pelas perdas e rupturas causadas pela dependência
Para reconstruir algo novo, é preciso acolher o que foi destruído.
Fortalece a autonomia emocional
Porque não se trata apenas de parar um comportamento, mas de viver com presença e significado.
A compulsão não define quem você é
Você não é o seu vício. Você é um ser humano em busca de alívio, compreensão, reconexão. A liberdade pode parecer distante, mas ela começa no exato momento em que você decide olhar com verdade para si mesmo — e dar o próximo passo.
Se você ou alguém próximo vive esse desafio, saiba que é possível reconstruir uma vida com autonomia, propósito e afeto. Você não está sozinho.
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