Memória Emocional: Por Que Traumas Marcam e Alegrias Evaporam?
- Antonio Chaves
- 19 de mai.
- 2 min de leitura

Todos temos lembranças que parecem gravadas em alta definição — especialmente aquelas que envolvem dor, susto ou perdas marcantes. Ao mesmo tempo, é comum perceber que momentos felizes, embora intensos no instante em que ocorrem, se esvaem com o tempo. Esse fenômeno tem explicação: ele está diretamente ligado à forma como o cérebro processa a memória emocional.
Diferente da memória racional ou operacional, a memória emocional é armazenada com base na carga afetiva do que vivemos. Isso significa que o cérebro dá prioridade ao que representa ameaça, dor ou risco, como uma forma de proteção.
Duas estruturas são fundamentais nesse processo: a amígdala cerebral e o hipocampo. A amígdala é a responsável por avaliar emoções ligadas ao medo, à raiva e ao perigo. Quando você vive algo traumático, essa área do cérebro se ativa fortemente, como se dissesse: “grave isso para nunca mais acontecer”.
Ao mesmo tempo, o hipocampo — que organiza e armazena as memórias — recebe esse alerta emocional da amígdala e registra o evento de maneira mais intensa e duradoura. É como se o cérebro dissesse: “isso é importante para sua sobrevivência”.
Já momentos positivos, especialmente se não envolvem grande excitação emocional, são registrados com menos intensidade. Isso não significa que não sejam importantes — mas sim que o cérebro, do ponto de vista biológico, prioriza o que pode representar ameaça.
Além disso, o estresse crônico, a ansiedade e a depressão afetam diretamente a qualidade da memória. O excesso de cortisol, hormônio do estresse, pode prejudicar o hipocampo, dificultando o registro de novas memórias positivas e reforçando o foco no que é negativo.
Por isso, pessoas que enfrentam traumas, luto, abandono ou situações de violência tendem a reviver constantemente esses episódios, enquanto momentos felizes parecem distantes ou apagados.
A boa notícia é que a neuroplasticidade permite transformar essas conexões. Com suporte terapêutico, é possível ressignificar memórias traumáticas, reduzir seu peso emocional e fortalecer a lembrança de vivências positivas. Técnicas como EMDR, psicoterapia baseada em regulação emocional e exposição controlada ajudam o cérebro a reorganizar essas informações.
Além disso, praticar gratidão, atenção plena (mindfulness) e registrar pequenos momentos de alegria ajudam a treinar o cérebro a valorizar experiências positivas e a armazená-las com mais clareza.
No Estudos da Psique, oferecemos acompanhamento psicológico para quem deseja compreender suas memórias emocionais, superar traumas e construir uma narrativa mais leve, consciente e saudável.
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