Burnout acadêmico: quando a busca por excelência no retorno às aulas vira um risco à saúde

O retorno às aulas é frequentemente acompanhado de expectativas elevadas, seja para alcançar boas notas, ingressar em programas de excelência ou conquistar bolsas e oportunidades profissionais. Essa pressão, somada ao excesso de tarefas, prazos curtos e jornadas intensas de estudo, pode levar ao burnout acadêmico, um fenômeno cada vez mais presente entre estudantes e profissionais em formação.

O burnout acadêmico é caracterizado por esgotamento emocional, desmotivação e queda no desempenho. Diferente do simples cansaço, ele surge quando o estudante ultrapassa constantemente os limites de energia física e mental. A pessoa pode sentir dificuldade em se concentrar, perda de interesse pelos estudos, ansiedade elevada e até sintomas físicos, como dores de cabeça, distúrbios de sono e problemas gastrointestinais.

Do ponto de vista psicológico, o burnout acadêmico está relacionado à sensação de estar sempre em débito com as próprias expectativas ou com as exigências externas. É o chamado “perfeccionismo tóxico”: a ideia de que nunca se está fazendo o suficiente.

Esse estado gera uma espiral de frustração e autocrítica, que compromete a autoestima e aumenta o risco de depressão e desistência acadêmica.

Para prevenir o burnout acadêmico, é essencial adotar estratégias de equilíbrio. O planejamento realista das tarefas é um ponto de partida: dividir grandes projetos em etapas menores reduz a sensação de sobrecarga. A prática de pausas curtas entre os períodos de estudo melhora a retenção de conteúdo e preserva a energia mental.

Também é fundamental incluir atividades prazerosas e sociais na rotina, criando um contrapeso às demandas acadêmicas.

Além disso, estudantes devem aprender a reconhecer limites e a pedir ajuda quando necessário. Conversar com professores, colegas ou buscar acompanhamento psicológico pode oferecer novas perspectivas e alívio emocional. Instituições de ensino também têm responsabilidade nesse processo, criando políticas que promovam saúde mental e forneçam recursos de apoio.

Buscar excelência nos estudos não precisa significar sacrificar a saúde. O verdadeiro sucesso acadêmico é aquele que combina desempenho com bem-estar, permitindo que o aprendizado seja um processo sustentável e enriquecedor.

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